Concordam com a co-adopção/adopção de crianças por casais homossexuais?

Claro que não. O referendo acaba por ser a solução menos má.

Não concordo claro. Um filho deve ter um pai e uma mãe, é a ordem natural das coisas que possibilita um bom desenvolvimento a qualquer criança.

Se houver referendo (é preciso referendo para isto?) votarei não. Muito pelo que o Daniel disse... Uma criança deve ter um pai e uma mãe, como acontece com a maioria dos seres vivos da Terra.

E além do mais, o que sentirá a criança quando reparar que tem 2 pais ou 2 mães, e o resto dos amigos tem um pai e uma mãe (em teoria). Para não falar que possivelmente seria excluida, e vitima de Bullying e coisas do género.

FT Eu a pensar que ia ser uma discussão do diabo, todos contra mim.
O mais ridículo é o pessoal que argumenta: "Ah e tal mas casal hetero x fez isto e isto de mal à criança", boa lógica se o x casais hetero fazem merda então os casais homo são necessariamente bons... mais um dia em Portugal.
Espero bem que o "Não" vença no referendo, assim era uma excepção à regra actual de não termos (povo) poder nenhum sobre a nossa sociedade.

Votei sim. Embora eu ache que isto seja para desviar atenções, como quase todos os referendos que foram feitos em 40 anos de democracia, as pessoas não deviam ter limitações à sua liberdade só porque são LGBTT's.

O argumento que uso é que independentemente da sua orientação sexual, as pessoas deviam poder adoptar crianças. Isso do Hetero mau/homo bom e vice-versa é tanga. Cada pessoa tem o seu carácter. Temos é acima de tudo de saber se a pessoa que quer adoptar tem condições para cuidar da criança.

Eu percebo o problema do bullying, mas isso é a mentalidade que temos em Portugal, em que ainda existe a lei do mais forte em vez da cooperação comunitária em várias áreas deste país e em várias áreas sociais. Tentemos não ser extremistas. Obrigado.

Em Portugal isto nunca irá ser aceite, bem como em outros países...

Btw, Petrov, avatares iguais não dá xD

Acerca do avatar: ups :S Desculpa vou já mudar.

Acerca do assunto, aqui fica algo para lerem, não precisam de concordar...

Blog A Maçã de Eva

O problema não está nos homossexuais, está nos homofóbicos

Na semana passada a proposta de referendo sobre a coadopção e adopção de crianças por casais do mesmo sexo foi aprovada. E uma pessoa não resiste em mostrar os incisivos e pensar "que nojo". Não compreendo sequer porque motivo isto é ainda uma questão, quanto mais seja levado a um referendo que custa uma qualquer fortuna ao tesouro do país que, todos sabemos, não é a caixa forte do tio Patinhas. Ora então, vejam-se as prioridades deste e outros governos que por aqui têm semeado a tristeza:

incomoda-me profundamente, que a co-adopção e a adopção por casais homossexuais seja ainda uma questão que levante dúvidas. Sinto-me num meio medieval em que as ruivas eram levadas à fogueira por se crer que praticavam bruxaria. Aqui, os que estão do contra, é porque não é "natural", porque não foi assim que o Criador nos desenhou, porque as crianças vão ser gozadas na escola (a sério que isto é um argumento?), porque as crianças vão todas virar homossexuais (por favor!), porque fica comprometida a descendência do homem, significando isto que vamos todos aproveitar para nos tornarmos homossexuais, certamente.

Num assunto onde uns mostram argumentos de bolso mal defendidos, fruto do preconceito e alheios ao conceito de liberdade, quanto à possibilidade da co-adopção e adopção por casais homossexuais, não consigo ver contras, só vejo boas notícias:

1. Realização pessoas que têm uma opção sexual diferente da minha.
2. Casa, amor, educação e melhores oportunidades de vida para tantas crianças rejeitadas por casais heterossexuais.
3. Liberdade de escolha.
4. Direito legal à família tal como um heterossexual.
5. Um país com mais direitos para as minorias.

Este é um assunto tão incómodo quanto foram os direitos dos brancos sobre os pretos. Lembrando o filme que vi há dias, o 12 Anos Escravo, numa época onde humanos se sentiam no direito de conduzir, usar e abusar para seu proveito, a vida de outras pessoas conforme a cor de pele, um tempo em que brancos desconheciam o conceito de direitos humanos, se nessa altura tivessem lançado o mote para um referendo para a abolição da escravatura, o que teriam estes brancos a dizer? Que seria das suas ricas propriedades à custa de trabalho escravo? A ideia parece-lhe nojenta, eu sei, mas não é diferente dos direitos que vão ser levados a referendo sobre a co-adopção e adopção por casais homossexuais: está a ser-lhes retirado um direito humano.

Para piorar a situação, aos meus olhos e regra geral, Portugal é um povo de ignorantes. Tomara que me engane, mas custa-me a crer que os cidadãos deixem de olhar aos seus umbigos e preconceitos, ponham de lado os medos que a homossexualidade se pegue como doença e votem a favor da liberdade de quem quer adoptar e criar uma família, pessoas que têm sido legalmente impedidas pelo letreiro luminoso que diz "gay".

Note que usei a expressão "legalmente impedida", porque na verdade isto já acontece, apenas não está legalmente descrito. Não faltam casais de mulheres que engravidaram à custa de dadores.

Olhemos ao norte de Europa, observe-se se por acaso veio mal ao mundo a legalização da co-adopção e a adopção por casais homossexuais, se as crianças estão traumatizadas, se os gays se multiplicaram, se o número de nascimentos desceu. Por outro lado, como ficou o número de crianças à espera de uma família?

Quando votar no referendo, lembre-se como era o ano de 1800 e que vai desempenhar um papel parecido ao de um branco sobre um preto, mas decidir sobre a sua liberdade aos dias de hoje. Neste caso não é uma questão de cor de pele, tudo se resume a opções sexuais diferentes da sua. Lembre-se que se calhar também não era a favor do casamento gay e eles não andam a esfregar-se na sua cara, a cruzar o seu caminho, a trazer-lhe quaisquer danos. Lembre-se de deixar os preconceitos de fora, mais do que agitar o sentimento homofóbico, lembre-se da quantidade de crianças a quem será dada uma oportunidade de vida tão diferente daquela que poderão ter numa instituição.

Lembre-se que isto não é sobre si, é sobre os outros que não são iguais a si. Mas só por isso, por terem opções diferentes da porta de casa para dentro, não merecem que não tenham realização pessoal, que não possam dar amor e, mais que isso, que as crianças não possam receber amor, uma família.

Há coisa de um ano escrevi no facebook do blogue qualquer coisa sobre este assunto. Dali nasceram comentários a favor, outros contra, contaminados de preconceito, até que apareceu uma leitora dizendo que tinha duas mães. Era o que conhecia, nunca tinha tido um pai, nunca sentiu falta, sempre soube que existiam outro tipo de famílias, foi educada, estava na universidade, era heterossexual, tinha namorado, e era assumidamente feliz, pois rapidamente afirmou que não trocaria a família que tinha por nenhuma outra.

Agora imaginemos que esta leitora era ainda uma criança. A mãe biológica morria, a mãe co-adoptiva não prevista pela lei não tinha direitos sobre a família, a criança era-lhe retirada e tinha uma instituição como destino. Quando traçado este cenário, parece-lhe justo? Tem o direito de voto na mão, vai permitir que isto aconteça?

Mandela disse um dia "no one is born hating another person because of the color of his skin, or his background, or his religion. People must learn to hate, and if they can learn to hate, they can be taught to love". O mesmo acontece com os eventuais colegas de escola de uma criança com dois pais ou duas mães. Uma criança pode estranhar, achar curioso, mas não vai condenar ou achar errado, a não ser que seja ensinada a fazê-lo.

O problema não está nos homossexuais, está nos homofóbicos que se acham com mais direitos que outros.